terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Festa de Natal

Poesia premiada na 4ª mostra Rio-Grandina de textos natalinos da Liv. Acadêmica

Este ano eu queria um Natal
Um Natal bem diferente
Um Natal que fosse...
Natal simplesmente

Uma festa sem qualquer
Conotação comercial
Em que o valor predominante
Não fosse dólar ou real

Eu queria um Natal
Emoldurado de emoção
Onde o nascimento do Cristo
Fosse a príncipal atração

Ver, na árvore decorada de Natal
Presentes de valor puro e genuíno:
Amor, Paz, Harmonia, Igualdade Social
Agradaria mais ao Jesus Cristo Menino

Utopia? Talvez não... Quem sabe
A estrela-guia, nesta noite de magia
Resplandesça em toda parte
Mostrando a todos os povos o sentido real:

JESUS - Verdadeiro Motivo desta Festa de Natal!!!

Lívia Carla Soares

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Aluga-se

Poesia classificada em 3º lugar no concurso Pan-Americano de poesias

Ofereço uma vaga

Em um coração desocupado
Não muito novo, na verdade bem usado
Mas original, sem safena, em bom estado
Dou preferência para alguém
Que não seja passivo, não se omita
Ante as injustiças da vida, no dia a dia
Que seja romântico e goste de poesia
Sincero, sensível e que se permita
Viver emoções, intensas, puras e verdadeiras
Entretanto peço que seja cuidadoso
E que não faça mudanças no cenário
Não remova de lá velhas lembranças
Que são para mim, um relicário
Poderá ficar o quanto quiser
E não importa quanta bagagem tiver
Pois espaço aida há de sobra
Há, porém, talvez que remendar
Algumas peças trincadas
Quebradas pelo antigo morador
O anterior...Mas nada que uma simples obra
Não possa restaurar...
E se tiver amor e carinho
P'ra oferecer, então...
Ah! Aí será perfeito
Só assinar o contrato, sem ônus
E está feito
Já poderá se instalar...

Lívia Carla Soares

Falando de amor

Há aqueles que amam
De forma plena, exagerada...
E os que amam meio "morno"
Sem arriscar nada...
E os que em absoluto
Não sabem amar
Nem ousam tentar...
Mas há entre esses ainda
Os que eu considero "piores"
Os que nem ao menos sabem
Se deixar amar...

Lívia Carla Soares

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Um dia

Sabes como é aquele dia
Em que sentes a alma triste e vazia
As horas se escoam lentamente
E a tarde morre em agonia

O coração sangra múltiplas feridas
Sufocando lembranças e saudade
De amores que passaram em nossas vidas
E que talvez não fossem de verdade...

Penso no tempo que se foi
E o que resta já nem é tanto
Nos sonhos antigos encarcerados no passado
E o muito que ficou sem ser realizado

Ilusões desfeitas, esperanças perdidas
Promessas descabidas e algumas emoções
Absolutamente... mal resolvidas
Tantas chegadas e partidas em diversas estações...

Agora o Sol vai se escondendo desfocado
E a lua teima em não dar as boas vindas
À noite que desce negra e sombria
Sequer uma pequenina estrelinha aparece
Pra iluminar o que resta ainda
Deste angustiante, melancólico dia...

Lívia Carla Soares

Viagem

Não temo a morte
Porque te amo além da vida...
Apenas queria te levar comigo
Nessa viagem ímpar
Rumo ao desconhecido...
Queria contemplar pela eternidade à fora
O brilho dourado da poeira de estrelas
Iluminando teus cabelos
E o pedacinho de céu azul
Que reflete em teu olhar
Queria para sempre ouvir ressoar
Esse teu sorriso como um guizo
Fazendo rir minh'alma
E assim com suprema e sublime calma
Em tua companhia constante
Sem hesitar um só instante
E com um bilhete só de ida
Seguiria viagem e deixaria feliz
Esse estágio... a que chamam de vida!!!

Lívia Carla Soares

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Alma Poeta

Até quando minh'alma poeta
Irá compor versos à teu amor
Até quando ressoarão no espaço
Os incontáveis "te amo"
Que sussurrei ao teu ouvido

Quando essa alma poeta
Irá repousar no esquecimento
Sem dor, sem lamento
Perdendo de tua imagem, o encanto...

Quando minha boca esquecerá
Da tua, o gosto do beijo
E o frenesi de desejo
Do teu corpo no meu...

Ah! Alma poeta se alimenta de amor
Sofre da perda, ainda a dor
Mas insiste em lembranças tantas...

E quando essa alma poeta
Tentando criar outros laços
Poetiza romances em novas estrófes
É so para mais uma vez tentar te encontrar
No calor de outros abraços...

Lívia Carla Soares

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Divagações

Minha mente divaga livre...
Além disso sei que posso ir
Só resta-me sonhar contigo
A certeza é só de um amor impossível
Incoerente, inconsequente insisto em querer
Ouso sonhar com o que nunca poderei ter

Minha mente divaga livre
Perdida em devaneios, sonho te possuir
Uma vez mais lembro que é impossível

Ainda assim penso em buscar
Magias, encantos, poções, uma fada
Ou quem sabe um anjo romântico
Que te faça me amar....

Lívia Carla Soares

Lembranças

É noite, fria e chuvosa
Procuro-te ao meu lado
Teu lugar está vazio
O travesseiro ainda guarda teu perfume
Meu corpo impregnado com teu cheiro
Na rádio, nossa música ainda toca
Os lençóis revoltos falam de amor,
Contam coisas de desejo
Nosso vinho, ainda nas taças
Tu me olhas do porta-retratos a sorrir
E é só... Simplesmente partiste
Pressenti no teu olhar, o adeus
As lágrimas caem livres em minha face
E a noite parece ainda mais fria
Olho em volta...
Nosso quarto: Palco de uma história
Acabou, fim do amor
Aplausos, por favor!!!!

Lívia Carla Soares

domingo, 29 de março de 2009

História Breve

Não saberia dizer o que me faz mais falta
Se é o cheiro, o beijo, o abraço
Talvez seja a paz que segue ao cansaço depois do amor
Quem sabe é o carinho, o jeitinho de olhar
Ou o: Bom dia amor, ao despertar
Ou quem sabe a saudade é das conversas
Em meio as madrugadas, de mãos dadas...
Ou das músicas tema do romance
Que traziam ao amor mais sabor e nuance
As vezes penso sentir mais falta
De você adivinhar meus desejos na hora exata
Mas talves eu só sinta falta
Do extavazar, do enlouquecer, do gozo, do prazer
Ou talvez seja falta de simplesmente viver...
As noites enluaradas se foram
E o sol do amanhecer já não brilha
Cada dia é só mais um que passa
A vida sem você é cinzenta, sem graça...
E só tenho à frente essa íngreme trilha
Povoada de saudades e doces lembranças
De um tempo tão bom
Do qual hoje, tudo eu sinto falta...

Lívia Carla Soares

Ontem, hoje e amanhã

Ontem eu , hoje ela
A merecer teus olhares, tua atenção
Ontem eu , hoje ela
A receber tuas flores, tuas carícias, tua emoção
Ontem eu, hoje ela
A ouvir tuas promesas, adoráveis mentiras
Ontem eu, hoje ela
A ganhar teus abraços, teus sorrisos, tuas juras
Ontem eu, hoje ela
A beijar tua boca, dividir tua cama, acordar em teus braços
Ontem eu, hoje ela
Caminhando ao teu lado, seguindo teus passos
Ontem eu, hoje ela
A ouvir teu falso repetir: - Eu te amo pra sempre!
É... Ontem eu, hoje ela...
E amanhã quem será?

Lívia Carla Soares

sexta-feira, 20 de março de 2009

Será?

Porque esse desassossego da alma
Essa inquietude que nada acalma
Esse ir e vir do pensamento,
Perdido, desvairado, assustado
Esse amar de forma desmedida
Querendo sempre mais...
Amar além da vida
Essa sede incessante de você
Que nada aplaca, que nunca sacia
Que quanto mais te tem, mais te quer...
Será amor? Será?
Não sei... Talvez...
Mas acho que estou de novo
Amando pela primeira vez...
Lívia Carla Soares

Enluarado

Coração dilacerado
Pisado qual uva pra vinho
Tatuado com as dores da alma
Sobrevivente de batalhas perdidas
Ferido em tantas contendas
Destemido, guerreiro, ousado
Ainda assim, não desiste,
Insiste em pulsar descompassado, desritmado
Cada vez que o meu olhar
Encontra o brilho prateado
Deste teu olhar enluarado...
Lívia Carla Soares

Sobre Amores e voos

Como aves migratorias que são
Certos amores vem e vão
Em pousos leves, transitorios sempre breves...
São como meteoros a riscar nosso céu interior
Mas deixam marcas indeleveis
Deixam rastros, lembranças que jamais se apagarão
Por vezes parecem aves de rapina
Ao estraçalhar nosso coração
E então depois... simplesmente vão...
Lívia Carla Soares

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Virtual

Quem é você?
Que mesmo distante, de forma galante
Me chama de amante, me faz importante
Que preenche minha solidão
Com palavras coloridas de emoção
Quem é você?
Que ilumina meus dias nublados
Com doces recados
Na telinha do pc
Quem é você?
Que me deseja boa noite, com carinho
No anonimato, mas dá um jeitinho
De mostrar que pensou em mim...
Quem é você?
Com essa voz sensual no meu celular
Me deixando assim...Consegue me arrepiar...
Fazer-me sonhar, imaginar...
Que em algum lugar existe
Alguém muito especial
A quem gosto de chamar de
Meu Amor Virtual!!!

Lívia Carla Soares

Premonição

Eu adivinhei que tu virias
Nem sei bem como, já te pressentia
A luz difusa do ocaso
Delineava teu rosto
O vento me trouxe teu cheiro
Qual loba no cio, farejava o ar
Procurando-te...
Na tarde quente de verão
O mar lambendo meu corpo
Susurrava teu nome...
Na solidão da noite
Ouvia teu riso, suave, quente
Quase podia abraçar
Tua presença invisível
Eu sabia que tu chegarias!
Meu coração transbordando de alegria
Falava-me baixinho: -Calma, ele virá!
Impaciente e sedento, meu corpo
Gritava por ti, molhado de desejo...
Ah! Mas enfim chegaste, amor
Nem cedo nem tarde
Na hora exata, certa, contigo trouxeste
Minha felicidade!

Lívia Carla Soares

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sol e Lobo

Era uma vez um Lobo e o Sol
Lobo uivava para a Lua e fazia poesia
Sol adorava poesia, mas brilhava só de dia.
Jamais se encontraram
Porque quando Lobo escrevia
Sol, cansada do longo dia, adormecia.
Quando Sol brilhava intenso
Era o Lobo que dormia.
Cansado de vagar na noite fria...
Uma manhã o vento trouxe da noite para o dia
Até Sol, fragmentos de uma linda poesia.
Assinada pelo Lobo Poeta
Fascinada, Sol lia e relia.
Apaixonou-se pelo autor da escrita
Enviou-lhe um raiozinho tímido e dourado
Tentando aquecer-lhe o coração, já tatuado.
A Lua enciumada, debochada, dizia irônica:
-Jamais passará de paixão platônica
Porque Lobo é criatura da noite
E Sol é elemento do dia...

Lívia Carla Soares

Adeus

(Poesia publicada na Antologia "Esteio em estado de Prosa e Poesia")

Depois dos beijos
E derradeiros abraços
A partida...
Sentir meu coração
Sangrar em pedaços...
O vazio, a ausência e a solidão.
As lembranças, a saudade...
Procuro, perdi, não vejo mais.
Que fim levou a tal felicidade?
Foi embora em sua bagagem
O brilho que eu tinha no olhar
Partiu também com você
Companheiros de viagem...
A partida e o depois
A indagação:
-O que será de nós dois?
Sofrer, chorar, sobreviver.
Tentar deletar, impossível esquecer.
E a sensação:
Que não fui na sua vida
O que quis ser...

Lívia Carla Soares

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Poetas ou Anjos

(poesia publicada no jornal Zero Hora)

Entre constelações de sentimentos
Galáxias de paixões
Meteoros de emoções
Gravitam os poetas...
Suspensos pelo sonho
No espaço do amor
Brincam sutilmente com as palavras
Transmutam árduas rotinas
Em doce fantasia
Como maestros de divinos arranjos
Com total supremacia
Por isso às vezes, me pergunto:
Serão Poetas ou Anjos?

Lívia Carla Soares

Sonho de Ícaro

Como Ícaro eu quis voar...
No portal da fantasia
Vesti-me de poesia
E viajei...
O brilho intenso do teu olhar
Como um imã me atraiu
Então voei...
No insensato do desejo
Envolvida pelo amor, plena de emoção
Nem percebi que voava alto demais...
E o calor que emana do teu sol interior
Derreteu, tal qual as de Ícaro
Minhas asas de cera
E eu caí... na realidade
Só então percebi o quanto és
Inatingível, infinitamente impossível
Para mim...
Assim, hoje aprendi a te amar a distância
Como amo o Sol no céu
Sem jamais ousar fita-lo
Pois seu brilho excessivo
Certamente, iria me cegar...

Lívia Carla Soares

Busca

(poesia classificada no concurso Feira do Livro de 2008)

Eu quero alguém
Pra viver um amor louco inconsequente
Uma paixão intensa meio adolescente
Reticente...
Busco alguém:
Pra correr na chuva pelas calçadas
Abraçados ou de mãos dadas, tanto faz
Depois beijos molhados em plena avenida
Pra ostentar, esbanjar felicidade, bem exibida
Quero alguém que tenha coragem
De roubar rosas de um jardim
Só para oferece-las a mim...
Que seja capaz de recitar poesia
Em cima de um banco no meio da praça
Em plena luz do dia
E que numa madrugada de inverno
Muito fria
Encante-me ao me despertar
Cantando em minha janela...
Se alguém souber de alguém assim
Por favor, peça pra ligar pra mim!!!

Lívia Carla Soares

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Natal

(Poesia premiada pelo concurso da Livraria Acadêmica)

É Natal...
Vem Jesus
Ocupa teu berço de luz
Em meu coração...

Já varri de lá, a decepção
Sacudi as tristezas, expulsei a discórdia
E cultivei a sementeira do perdão


Pintei nas paredes, a harmonia
Enchi os vasos com arranjos de amor
Espargi no ar, o aroma da alegria

Espantei de lá, a amargura
Preenchi os espaços com a paz
Que só a fé em Ti nos traz

Acendi a lareira da humildade
Pratiquei a caridade
Como sempre ensinaste

É Natal...
Tua casa está pronta
A manjedoura é rústica, simples, mas sincera
Vem, Jesus, abre a porta
Já sabes que estou
A Tua espera...

Lívia Carla Soares

Prisioneira da Saudade

(Poesia publicada na Antologia do XV Concurso Pan-Americano de Poesias)

Há dias que a saudade parece torturar
Com especial intensidade
Com requintes de crueldade,
Faz questão de lembrar cada momento vivido
Cada pequeno detalhe, mínimas coisas
Retalhos de felicidade...
Eu tento fugir, fingir que não estou sentindo
Mas ela, a saudade, fica ali espreitando,
Divertindo-se com sua maldade...
Recordações povoam minha mente
De forma insinuante, insistente...
Doce melancolia me invade
Rendo-me, desisto de quebrar as algemas
Deixo-me subjugar...
Não, não me peça pra esquecer
Porque se algum dia esse amor se extinguir
Será porque eu própria
Terei deixado de existir...

Lívia Carla Soares

Descoberta

Caminhos, veredas
Sendas e trilhas
Novos horizontes
Outras tribos, outros povos

Beber em outras fontes
Minha vida em outras vidas
Alçar voos destemidos
Por céus distantes
Buscar estrelas mais brilhantes...

E nesse pulsar constante
Do coração
Me extasiar e estremecer
A cada nova
Emoção...

Lívia Carla Soares

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Vento

Olá, faz-me um favor, amigo vento
Leva até ele meu pensamento
Carrega em tuas asas minha saudade
Cola nos lábios dele um beijo doce
Sopra em seus ouvidos essa verdade:
Eu ainda o amo! Acaricia por mim, a sua face!

Amigo vento, vai agora bem ligeiro
Leva até ele meu perfume, meu cheiro
Faz com que esse aroma o provoque
E nessa combinação então evoque
Em sua mente lembranças minhas...

Depois amigo vento, faz-te mais lento
E numa brisa suave, afaga o seu cabelos
E então, torna-te quente, de repente
E arrepia a pele dele
De mansinho, bem assim...

Porém, se nada disso adiantar
Se nada enfim o emocionar
Faz-te violento, torna-te vendaval
Que seja algo nunca visto, sem igual
Usa tua força num ciclone ou furacão
E varre pra longe, muito longe
Esse amor que teima em ferir
Meu coração...

Lívia Carla Soares

Platônico

Ah! Esses amores platônicos
Paixões vividas a distância
Sonhando só...
Querendo tocar, acariciar
Quando é permitido apenas olhar
Sentimento proibido, amando escondido
Desejo domado, contido
Querendo mais... Sem ter direito
E o amor transbordando no peito
Sem olhar nos olhos
Pra não trair a emoção
Que a voz tremida tenta ocultar
Dissimular em conversas banais, casuais
Ah! Esse nó bem no meio da garganta
Sufocando o grito, mascarando o conflito
Temendo desvendar o quase explícito
Amor fantasiado de Amizade
O platônico, torna-se irônico, beira a insanidade
Num teatro real com fantoches
De verdade...


Lívia Carla Soares

15 Anos de Nicole

(Homenagem à minha filha pelos seus 15 anos)

Menina loira dourada
De cabelo cacheado
Onde esqueceste a boneca?
Que fim levaram os contos de fada?
E as cantigas de roda?
E as super-poderosas jogadas na estante
Substituídas no porta retrato
Pelo sorriso do namorado...
Ah! Minha princesinha, minha Rapunzel,
Minha bonequinha, minha Barbie Girl...
Hoje 15 anos, salto alto, batom, rímel, pó
Miss Simpatia, Corrente Ativa, Pop Star
Vocalista de banda! Imaginem só!
Quem diria que sabias cantar...
Trejeitos de menina num corpo de mulher
Sorriso Maroto, Jeito Moleque, muito sapeca
Olhar vago, apaixonado, meio sonhador
É! Já não brincas mais de boneca!
O meu botãozinho de rosa desabrochou...
Virou Linda Flor!

Lívia Carla Soares

sábado, 31 de janeiro de 2009

Utópico

(Poesia criada em parceria com Carlos Henrique Canary)

Habito o surreal de insanidade
Onde a insensatez reina e permite
Roubar, feito um louco visionário
De tua boca, um beijo imaginário...


Neste reino onde os desejos
Povoam os sonhos meus
Sinto meus lábios vibrarem
Ao pensar no toque dos teus ...


É um jardim de deleites
E a volúpia quer dançar
Braços dados com a loucura
Sedentos por saciar
Querendo em uma estrela
Do céu de tua boca, morar...


Porém quando a sensatez
Arrebatada em sua ira
Invade esse mundo
Aprisionando a loucura
Triste, percebo, com uma lágrima no olhar
Que este sonho se dissipa
Evapora-se no ar


Então me pergunto, por que?
Por que no sonho é possível
O que de outro modo não se vê?
De que vale a realidade,
Se nela não há você?

Lívia Carla Soares e Carlos Henrique Canary

Amanhecer

Em horas vazias, vadias
De madrugadas insônes
Me invade a poesia
A inspiração me toma pela mão
E prenuncia
Um voo mágico nas asas
Da fantasia
É quando o amanhecer
Rasga o véu negro da noite
E nasce com o raiar do dia
Languidamente mais uma poesia...

Lívia Carla Soares

Miragem

Urgente necessidade de ver-te
Ouvir-te, ter-te
Em meus abraços...
Vontade persistente, incessante
Saudade torturante, lancinante
Da tua presença
Ao meu lado na cama
Querer-te tão perto, tão junto
Tão fundo, sentir-te assim
Enfim dentro de mim...
O deserto da tua partida
Causa-me alucinações, delírios, miragens
Embriagada por falsas imagens
Parece-me ver-te voltar
Minhas mãos nervosas procuram-te
Buscam-te, quase conseguem tocar...
Mas como num sonho efêmero, fugaz
Tua imagem irreal aos poucos se desfaz
Para dar lugar outra vez ao vazio
A desolação e ao frio
Que a tua ausência me traz...

Lívia Carla Soares

Poesia

Eu pensei fazer poesia
Pra falar só de alegria
Onde a palavra amor
Jamais fosse rima de dor
Sonhei fazer poesia
Onde o luar fosse para os amantes
Nunca para o pranto dos errantes
Desengano, saudade, solidão
Nunca iriam fazer parte
Da minha poesia-arte
Os casais se amariam loucamente
E esse amor duraria eternamente
E se morressem seria de prazer
Para em outro plano, depois renascer...
Só quando amei de verdade
Descobri que não se faz poesia
Só falando de alegria
Isso é pura utopia...

Lívia Carla Soares